domingo, 5 de setembro de 2010

Grupo de estudos

Todas as 5ªs feiras juntamente com a Professora Elenita de  Ríccio Tanamachi  - Profª da Aposentada da UNESP de Bauru e Coordenadora do LIEPPE - Laboratório Interinstitucional de Estudos e Pesquisa em Psicologia Escolar -  temos um grupo de estudos das 12:00 às 13:30.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exposição na sala São Paulo

Professores da JEI foram à exposição na sala são paulo ''para saber mais'' de Andy Warhol Mr. America


A visita da estação pinacoteca, ocorreu em 18/05/2010 pelos professores em formação. A mostra representa uma retrospectiva da produção do artista norte americano Andy Warhol,cuja as produções são voltadas para a Popart.


“Sua vida e obras são consideradas por muitos um reflexo das tenções e contradições que construíram e caracterizaram imagem pública dos Estados Unidos da América ao longo do século xx.”

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Portifólio


Cada professor deverá montar um Portifólio sobre os trabalhos desenvolidos na JEI.

Próximo trabalho : Leitura e reflexão do livro  " Espelho de artista " de Katia Canton

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Olhar e ser Visto

A mostra “Olhar e ser visto” foi visitado pelos professores da EMEF Celso Leite como um convite para vivenciar a arte, ampliando a oportunidade do momento de formação e reflexão adentrando ao mundo dos retratos e autor retratos.Este momento permite ampliar o olhar, temos trabalhado na formação com o intuito de pensar e compreenderas peculariedades de cada época.


Pensar sobre as visitas fez me refletir sobre os estudos desenvolvidos pó Vigotski sobre arte quando conclui:



A arte recolhe da vida seca material mas produz acima desse

Material algo que ainda não esta nas propriedades desse material.



Portanto a arte permite a mente humana uma elaboração criadora da realidade que transcreve o que se apresenta num primeiro momento ao olhar na medida que questiona e transfigura indo para além dos valores estabelecidos no cotidiano, neste caso o que podemos denominar de criação.

Envolvidos na atividade e o interesse em conhecer um pouco mais sobre cada época registrada nas obras do acervo do MASP possibilito visualizar outras visitas e ascender novos olhares.





Professora: Sandra

MASP - Exposição "Olhar e Ser visto "

O grupo da Jeif esteve ontem no MASP visitando a exposição

terça-feira, 23 de março de 2010

FRAGMENTO DO TEXTO: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM

Arnaldo Nogaro*


(...) Olhando para as escolas de hoje nos perguntamos: são espaços de aprendizagem? Por que nos interrogamos sobre isso? Não é obvio que assim o fossem? Não é tão pacífica assim a compreensão sobre elas. A docência e o espaço escolar mudaram muito e com a mudança abriram-se para as escolas novas formas de ser e fazer. O seu “quê fazer” foi profundamente modificado, ficando para as escolas outras tarefas como alimentar crianças, cuidar delas, protegê-las da violência doméstica e das ruas, etc.” Se fossem organizações de aprendizagem, as escolas desenvolveriam estruturas e processos que lhes capacitassem para aprender no interior de seus ambientes imprevisíveis e mutantes e responder a eles com rapidez.” ( HARGREAVES, 2004, p.141).

Quais são os momentos de aprendizagem na escola? Comumente temos a aula como ponto de referência da aprendizagem. Como ela tem sido conduzida? Como são nossas aulas? Parece oportuno uma breve pausa reflexiva sobre ela. O professor diz que “dá aula”. O que realmente se pode entender por “dar aula”? Será que para pensarmos a aprendizagem não seria profícuo discutirmos e tematizarmos sobre a aula? Os procedimentos adotados em relação às aulas são muito pouco, e o que é pior, os procedimentos não são mudados porque as concepções sobre o “ que fazer na sala de aula” não mudaram, permanecem rotineiramente sendo difundidas da mesma forma e com vigor magistral”.

(...) O fato da aprendizagem dar-se como processo e na interação como o meio e entre indivíduos nos permite afirmar que a organização ou a pré-disposição de um ambiente que propicie a aprendizagem ou a favoreça deve ser levado em conta.Isto nos faz reforçar a importância da sala de aula enquanto espaço dinamizador da aprendizagem .Conforme Demo (2004), o erro não está, em si, em dar aula, mas em que a aula é transformada em centro do professor. Grossi (2004) é enfática ao afirmar que a aprendizagem é um fenômeno possível para todos, mas dependente do ambiente ensinante que lhes foi organizado e oportunizado. As salas de aula hoje são estes ambientes? Elas oportunizam e favorecem a aprendizagem? Como elas poderiam otimizar a aprendizagem? “À luz destas novas compreensões, está sendo preciso criar outro arcabouço e outro funcionamento, para as escolas como um todo, assim como para as salas de aula e, em conseqüência, para a avaliação.” ( Grossi, 2004, p. 25).



* Doutor em Educação pela UFRGS

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

AUTO RETRATO

Texto : Profissão docente

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 154



Reitor da Universidade de Lisboa defende um novo olhar para o ofício de professor, assentado em quatro eixos: formação, cultura profissional, avaliação e intervenção pública

Paulo de Camargo

No difícil e urgente tema da formação de professores, poucos autores são tão citados como o português António Nóvoa. Reitor da Universidade de Lisboa, Nóvoa ressente-se de ter reduzido o tempo para escrever e pesquisar. Mesmo assim, vem propondo novas perspectivas para a compreensão do problema, que tem dimensões planetárias. Agora, por exemplo, dedica-se ao que chama de “construir lógicas de comparação” entre os sistemas educativos em diferentes países do mundo, inclusive aqueles que não adotaram as métricas de avaliação mais difundidas, como o Pisa (sigla em inglês que designa o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).Ao mesmo tempo, Nóvoa vem produzindo artigos e ensaios que originaram o livro Os professores - Imagens do futuro e do presente, recém-lançado em Portugal, e que espera publicar em breve também no Brasil. E já sonha com o próximo. “Nos tempos que correm, de tanto ruído e agitação, gostaria muito de escrever um livro sobre a pedagogia do silêncio’, conta na entrevista concedida, via e-mail, ao repórter Paulo de Camargo.

No Brasil, vivemos um momento de grande discussão sobre a formação do professor, o que inclui a formação inicial, nas universidades, até a valorização dos profissionais mais experientes. Hoje, esta é uma questão mundial?

E uma questão de âmbito mundial. Num texto recente, apresentei cinco teses sobre a formação de professores, que respondem à sua pergunta. E impossível desenvolvê-las, mas posso enunciá-las. A formação de professores deve:

a) assumir uma forte componente prática, centrada na aprendizagem dos alunos e no

estudo de casos concretos;

b) passar para “dentro” da profissão, isto é, basear-se na aquisição de uma cultura profissional, concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens;

c) dedicar uma atenção especial às dimensões pessoais, trabalhando a capacidade de relação e de comunicação que define o tato pedagógico;

d) valorizar o trabalho em equipe e o exercício coletivo da profissão; e) estar marcada por um princípio de responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação dos professores no espaço público da educação.

Onde está o coração do problema da formação dos professores? É a reestruturação dos cursos de pedagogia? Ou são as políticas de apoio ao professor nos primeiros anos de atuação, ou ainda as estratégias de formação em serviço?

Todos esses aspectos devem ser considerados. Chegou o tempo de fazermos uma verdadeira revolução na formação de professores. O que existe é frágil. A interligação entre as questões do ensino, da investigação e das práticas escolares e a participação efetiva dos profissionais na formação dos futuros professores são fundamentais para que se crie um novo modelo de formação de professores. Não nascemos professores. Tornamo-nos professores por meio de um processo de formação e de aprendizagem na profissão. E neste sentido que falo de passar a formação de professores para “dentro” da profissão. Quem forma os médicos são outros médicos. O mesmo devia acontecer na profissão docente.


Pelo que conhece do Brasil, quais são as principais distorções no sistema atual de formação de professores?

Ouço muitas críticas. Pelo meu lado, tenho procurado chamar a atenção para dois momentos fundamentais que têm sido ignorados ao longo das últimas décadas, não só no Brasil, mas em muitos países, o que revela bem a confusão que hoje existe nas políticas e nos programas de formação de professores. O primeiro momento corresponde à entrada num curso que habilita para a docência. O atual processo, burocrático e administrativo, não faz qualquer sentido. E urgente introduzir um recrutamento mais individualizado, que permita perceber as inclinações e as disposições de cada um para se tornar professor. E é preciso criar as condições para que os melhores alunos do ensino médio escolham a profissão docente. Ser professor não pode ser uma segunda escolha. O outro momento é a transição de aluno (como se dizia no passado, de aluno-mestre, isto é, de aluno que aprende para ser mestre) para professor principiante.

Os primeiros anos de exercício docente são absolutamente fundamentais. E ninguém cuida destes anos, nos quais se define grande parte do percurso profissional de cada um. E urgente criar formas de acolhimento, de enquadramento e de supervisão dos professores durante os primeiros anos da sua atividade profissional.

Uma política de piso salarial, como a que está sendo implementada no Brasil, por si só é garantia de aprimoramento no sistema? Ou é uma condição necessária, mas não suficiente?

E uma condição necessária, mas não suficiente. A sociedade pede aos professores que resolvam todos os problemas das crianças e dos jovens, e acredita que é na escola que se define um futuro melhor. A sociedade pede quase tudo aos professores e dá-lhes quase nada. E um contrassenso, para não dizer uma hipocrisia. A profissão de professor necessita de ser revalorizada do ponto de vista salarial, mas também no que diz respeito ao seu estatuto social e profissional.

No Brasil, frequentemente é apontado o corporativismo da classe profissional dos professores, que recusa, por exemplo, políticas de remuneração por mérito ou desempenho, bem como práticas de avaliação de sua atuação profissional. Como o senhor vê esses temas?

Tenho chamado a atenção para uma nova profissionalidade docente, que passa por quatro aspectos: formação, cultura profissional, avaliação e intervenção pública. Em todos eles, advogo um maior poder dos professores sobre a sua própria profissão, invertendo tendências das últimas décadas. Já falei da formação. Falarei agora da avaliação. É uma dimensão central de qualquer profissão. A crise da educação só será superada através de uma exigente prestação de contas. A confiança e a credibilidade são essenciais para o trabalho dos professores. E conquistam-se em grande parte por meio da avaliação e da comunicação pública com a sociedade. Mas os dispositivos de avaliação devem servir para reforçar a autonomia dos professores e não para um maior controle do Estado ou para impor critérios economicistas na regulação da profissão.

Certa vez, o senhor apontou a contradição das políticas de iniciação profissional dos professores brasileiros, ou seja, os mais inexperientes acabam nas periferias, nas escolas ditas difíceis. Como, a seu ver, deveriam ser os primeiros anos de  trabalho do professor.

na educação contemporânea? A que requisitos deve atender, como deve ser sua formação?


Sabemos todos que é impossível definir o “bom professor”, a não ser através dessas listas intermináveis de ‘competências’, cuja simples enumeração se torna insuportável. Mas é possível, talvez, esboçar alguns apontamentos simples, sobre o trabalho docente nas sociedades contemporâneas.

O conhecimento. Aligeiro as palavras do filósofo francês Alain: Dizem-me que, para instruir, é necessário conhecer aqueles que se instruem. Talvez. Mas bem mais importante é, sem dúvida, conhecer bem aquilo que se ensina. Alain tinha razão. O trabalho do professor consiste na construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem.

A cultura profissional. Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experientes. E na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão.

O tato pedagógico. Quantos livros se gastaram para tentar apreender esse conceito tão difícil de definir? Nele cabe essa capacidade de relação e de comunicação sem a qual não se cumpre o ato de educar. E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar. No ensino, as dimensões profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimensões pessoais.

O trabalho em equipe. Os novos modos de profissionalidade docente implicam um reforço das dimensões coletivas e colaborativas, do trabalho em equipe, da intervenção conjunta nos projetos educativos de escola.

O compromisso social. Podemos chamar-lhe diferentes nomes, mas todos convergem no sentido dos princípios, dos valores, da inclusão social, da diversidade cultural. Educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras que, tantas vezes, lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade. Hoje, a realidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar com o público, intervir na sociedade, faz parte dos ethos profissional docente.